ABSTRACT
Objetivo: Estudo aberto para avaliar a eficácia do cromoglicato dissódio a 2 por cento em gotas oculares, no tratamento da conjuntivite alérgica perene, durante o período de seis semanas. Métodos: Um grupo de 27 pacientes com conjuntivite alérgica perene foi selecionado no Serviço de Alergia do Hospital do Servidor Estadual em Säo Paulo. Eles foram orientados a usar colírio de cromoglicato de sódio a 2 por cento durante um período de seis semanas, para investigar a eficácia da droga, a adesäo ao tratamento e os efeitos adversos. Resultados: Todos os sintomas considerados apresentaram melhora estatisticamente significativa, com exceçäo da fotofobia. Onze efeitos adversos foram relatados, sete destes por pacientes com queixa de queimaçäo ou irritaçäo ocular. De modo geral a aceitaçäo foi considerada satisfatória ( 85 por cento aceitaram completamente na primeira reavaliaçäo) assim como a obediência na prescriçäo, especialmente levando-se em consideraçäo que a falta do uso ocorreu principalmente devido ao esquecimento. Conclusäo: Sessenta por cento dos pacientes consideraram o cromoglicato dissódico a 2 por cento bastante ou moderadamente eficaz no tratamento da conjuntivite alérgica perene, avaliaçäo esta coincidente com a do médico investigador em 65 por cento dos casos.
Subject(s)
Humans , Child , Adolescent , Adult , Male , Female , Middle Aged , Anti-Asthmatic Agents/pharmacology , Conjunctivitis, Allergic/drug therapy , Cromolyn Sodium/adverse effectsABSTRACT
oBJETIVO: Estudo clínico sobre a conjuntivite alérgica perene (CAP) realizado para determinar sua prevalência de acordo com sexo e faixa etária na populaçäo considerada, bem como sua associaçäo com outras doenças alérgicas e os sintomas mais freqüentes . Avaliou-se ainda a prevalência de outras alteraçöes oftalmológicas nos pacientes portadores de conjuntivite alérgica perene. Métodos: Os autores acompanharam 77 pacientes com diagnóstico de CAP que foram atendidos no Serviço de Alergia do Hospital do Servidor Estadual de Säo Paulo(IAMSPE). Foram considerados o sexo e a idade dos pacientes, os principais sintomas relatados e as doenças alérgicas associadas. Além disso, logo após o diagnóstico os pacientes eram encaminhados ao Serviço de Ofalmologia da mesma instituiçäo para avaliaçäo oftalmológica. Resultados: Dos 77 pacientes com diagnóstico de conjuntivite alérgica perene, 69,5 por cento, eram do sexo feminino e 30,5 por cento do sexo masculino. A maioria (54,7 por cento) eram adultos, enquanto 33,3 por cento escolares, 6,9 por cento, pré-escolares, 4,2 por cento eram adultos jovens e apenas 1,4 por cento eram idosos. Doenças alérgicas associadas, a mais prevalente foi a rinite (88,9 por cento), enquanto a asma esteve presente em 40,27 por cento dos casos. Os sintomas oculares mais comuns foram: prurido ocular ( 98,2 por cento), congestäo conjuntival (97,2 por cento) e lacrimejamento (86,1 por cento). Foram evidenciados 34 pacientes com outras alteraçöes oftálmicas, das quais a mais prevalente foi a hipertrofia de papila (73,5 por cento). Conclusäo: No grupo estudado observamos maior prevalência da conjuntivite alérgica perene entre adultos do sexo feminino, associada mais freqüente à rinite alérgica. O sintoma mais comum foi o prurido ocular. Considerando a prevalência de alteraçöes oftálmicas evidenciadas no grupo em questäo concluímos ser de grande importância a avaliaçäo dos pacientes portadores de conjuntivite alérgica pelo oftalmologista, pois possivelmente o conhecimento e eventual tratamento destas alteraçöes deve melhorar a resposta do paciente ao tratamento, afetando o prognóstico.